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Dragon Ball: conheça a história da franquia que se transformou em fenômeno mundial

Se você curte cultura pop e não esteve congelado ou fora da Terra nos últimos 37 anos certamente já ouviu falar de Dragon Ball. A criação de Akira Toriyama começou a ser publicada em 1984 na revista japonesa Weekly Shonen Jump, onde ficou até 1995, chegando à marca de 519 capítulos.

Dragon Ball conta a saga de um dos mais famosos e importantes personagens da cultura pop japonesa, Son Goku. Inicialmente representado por uma criança com rabo de macaco, ele se destaca na narrativa por duas características principais: a sua força é diretamente proporcional à sua ingenuidade.

A origem da força de Goku está no fato de que ele não é humano. Como se descobre no início de Dragon Ball Z, ele pertence a uma raça chamada Saiyajin, que habitava um planeta chamado Vegeta.

Goku acabou parando na Terra após sair do seu planeta natal pouco tempo antes de ele ser destruído. Ainda como bebê, sua missão seria acabar com todos os habitantes do planeta e deixá-lo pronto para ser explorado, porém ele acaba batendo a cabeça e perde seu instinto. Assim, se torna uma criança de coração puro, porém extremamente poderosa.

Ao longo de todos os arcos e sagas de Dragon Ball, acompanhamos o crescimento de Goku – por ser uma série que esteve no ar por muito tempo, teve pessoas que literalmente cresceram junto com o personagem – e os desafios por ele enfrentados. Aqui, a escala aumenta constantemente, começando com problemas pontuais até algo capaz de envolver o destino do universo.

Por exemplo: enquanto no início de Dragon Ball o maior desafio do personagem é encontrar as sete Esferas do Dragão, ítens mágicos capaz de garantir qualquer desejo a uma pessoa, no final de Dragon Ball Super ele luta ao lado de companheiros – e até inimigos – para salvar o universo de uma destruição por completo.

Por mais que a série seja – às vezes excessivamente – centrada em Goku, Dragon Ball também trouxe outros personagens extremamente relevantes, como Kuririn, Piccolo, Vegeta, Trunks, Freeza, entre outros. Isso sem contar os filhos de Goku, Gohan e Goten, sempre queridos pela base de fãs.

Para chegar ao status que tem hoje, quase 40 anos após ser concebido, Dragon Ball trilhou um longo caminho. Vamos ver um pouco como foi essa trajetória.

 

 

Em 1986, os 194 capítulos iniciais da versão em mangá ganharam uma versão animada pela Toei Animation. Assim nascia o anime de Dragon Ball, que foi ao ar no Japão em 153 episódios, até abril de 1989. A série animada foi um sucesso e acabou sendo retransmitida em 81 países, incluindo o Brasil. Aqui, a série estreou em 19 de agosto de 1996, no SBT.

Mas e os 325 episódios restantes do mangá? Bem, eles representam um salto de cinco anos na história e, consequentemente, trazem os personagens mais velhos. A adaptação dessa fase do mangá para anime veio logo na sequência na TV japonesa, sem qualquer hiato. Havia, porém, uma diferença: ao invés de manter o nome Dragon Ball, a Toei solicitou a Toriyama que criasse um novo nome.

Nascia assim Dragon Ball Z, que ficou no ar na TV japonesa até 31 de janeiro de 1996. No Brasil, a primeira exibição desse anime aconteceu em 2000, na TV Bandeirantes.

Quem esperava que Dragon Ball tivesse dado seu adeus com o fim de Dragon Ball Z se enganou. Praticamente na sequência do fim da série animada no Japão, Dragon Ball GT começou a ser transmitido.

Havia diferenças consideráveis, porém: ao contrário das duas primeiras sagas, Dragon Ball GT não se tratava de uma adaptação do trabalho original de Akira Toriyama. Ainda que o visual dos personagens e outros detalhes tivessem o dedo do criador de Dragon Ball, ele apenas atuou como supervisor da série criada exclusivamente para animação pela Toei Animation.

Além de ter uma dinâmica bastante diferente do que havia sido feito até então – e não ser considerada uma série “canônica” da franquia -, Dragon Ball GT acabou tendo uma recepção mais morna. Foram apenas 64 episódios, que terminaram de ser exibidos no Japão em 19 de novembro de 1997. Por aqui, a série foi ao ar a partir de 2002 no Cartoon Network, canal de TV por assinatura.

 

Fim de uma era? Nada disso

 

Com o fim de Dragon Ball GT, teve-se um hiato no que diz respeito a novos materiais em formato de mangá e anime – ainda que a franquia seguisse firme e forte em outras mídias, como os videogames.

Esse hiato só foi quebrado com o lançamento de Dragon Ball Z Kai, que estreou na TV japonesa em 5 de abril de 2009. A série marcou os 20 anos de Dragon Ball Z e se tratava de uma versão editada e remasterizada em alta definição do anime original.

Com isso, ele ficou mais fiel ao andamento do mangá, eliminando os chamados “fillers” (episódios com histórias paralelas e exclusivas da versão animada) e, por consequência, tendo menos episódios. No Brasil, essa versão do anime chegou em 2011, pelo Cartoon Network.

Mais um hiato e, em 2015, finalmente temos um anime inédito da franquia. E o mais interessante: além de ser uma sequência direta de Dragon Ball Z, Akira Toriyama estava envolvido diretamente com o projeto.

Assim nasceu Dragon Ball Super, que foi ao ar no Japão entre 5 de julho de 2015 e 25 de março de 2018. Paralelamente ao anime, essa saga ganhou um mangá – que continuou mesmo após o fim da série animada. A versão dublada dessa série estreou no Brasil em outubro de 2018, no Cartoon Network.

Por fim (ufa!), temos Super Dragon Ball Heroes, um anime que foi lançado para “acompanhar” um game. Trata-se de uma história paralela, que estreou no Japão em julho de 2018.

 

Influência cultural

 

É claro que com tamanho sucesso – para se ter ideia, o mangá de Dragon Ball já superou a marca de 280 milhões de edições vendidas em todo o mundo -, Goku e companhia já apareceram em diversas mídias diferentes. Uma das mais triviais, claro, são os games: desde os anos 1980, já foram quase 100 games baseados na série e para várias plataformas.

Outro segmento que explora bastante o sucesso da franquia de mangás e animes é o de colecionáveis. Se a ideia é colecionar action figures, o terreno é farto, com diversas fabricantes, como a Funko, tendo linha própria de produtos de Dragon Ball. Para se ter uma ideia, até 2020 já foram vendidos o equivalente a mais de 7,7 bilhões de dólares em produtos licenciados da marca.

Dragon Ball deixou sua marca até mesmo fora do “mundo nerd”.

No Japão, por exemplo, o dia 9 de maio é declarado o “Dia de Goku”, referência ao nome do personagem cujas sílabas, se separadas, formam a pronúncia dos números 5 e 9. Nos materiais promocionais das Olimpíadas de Tóquio, o personagem também figurava entre um dos embaixadores do evento.

A franquia também é lembrada em músicas de diversos artistas, como Chris Brown, The Weeknd e Drake, além de já ter sido citada – e referenciada – por celebridades e atletas em todo o mundo.

 

O que esperar do futuro?

Com tamanho sucesso e influência, é de se imaginar que Dragon Ball não precisaria de novos materiais para se manter em evidência. Para os fãs, porém, a chegada de novidades é sempre bem-vinda.

O último grande lançamento da franquia foi um filme, Dragon Ball Super: Broly. Estreou em 2019 e conta a história de um dos personagens mais queridos dos fãs, mas que, até então, era exclusivo de filmes que não participavam diretamente da linha do tempo oficial de Dragon Ball: o saiyajin Broly, cujas lendas diziam ser o mais forte da raça. Com o filme, ele acabou entrando no universo de Dragon Ball Super e, por tabela, virou um personagem “oficial”.

A próxima novidade da franquia será outro filme. Dragon Ball Super: Super Heroes, o 21º longa relacionado a Dragon Ball. Ainda que detalhes da narrativa ainda estejam pouco claros, o filme se passará logo após Dragon Ball Super: Broly. O lançamento está previsto para 2022.

Por fim, vale lembrar que em 2024 a franquia completa 40 anos e é bem provável que a franquia ganhe novos conteúdos para agradar todos os tipos de fã.